Quando a poesia perfurou a armadura
A poesia me transformou. Não como metáfora. Como realidade.
Pelos diplomas, sou engenheira e psicóloga. Só por aí já dá para imaginar que houve um ajuste de rota e foi radical.
Sempre fui prática. Analítica. Objetiva. Por muito tempo, deixei guardado (e bem guardado) o que sentia. Sentimentos, desejos, emoções: tudo em compartimentos fechados.
Mas isso não se sustenta por muito tempo. E uma hora... transborda.
Minha saída, no começo, ainda foi pelo racional. Entrei na segunda graduação. Segui tentando entender o mundo de fora pra dentro. Mas aí, devagarzinho, mas com força, a poesia chegou.
Primeiro foi o @umcartao.
Palavras curtas, diárias. Elas eram como rachaduras na armadura. Pequenos escapes. Eu lia e sentia algo que não sabia nomear.
Depois veio o @allandiascastro.
Comprei o audiobook “Voz ao verbo”. Sem saber por quê. Só sei que escutei, e algo em mim cedeu. obs: A frase “os loucos podem tudo” é uma das minhas favoritas, tenho até uma camiseta com ela.
Dali pra frente, não teve mais volta. Vieram @salomaopedro e os títulos que já são poesias:
“Eu tenho sérios poemas mentais”,
“Se você me entende, por favor me explica”,
“Eu mesmo sofro, eu mesmo me dou colo”.
A poesia me transformou. Não como metáfora. Como realidade.
E, com o tempo, mulheres maravilhosas também foram chegando. Com ousadia, doçura e verdade. Com palavras que tocam o chão da vida e, ainda assim, são poesias.
@ruthmanus e @anaclauquintanaarantes foram duas que me impactaram logo de cara. Talvez porque, assim como eu, também não vieram da literatura “de formação”. E, talvez por isso mesmo, me encantem tanto:
porque escrevem de onde vivem, do que veem, do que sentem, entre utilidade pública e poesia sensível.
Também não posso deixar de citar AnaMi, do @paliativas, que deixou registrada uma sensibilidade rara, delicada, profundamente humana. Seu livro “Só enquanto eu respirar” me atravessou com a mesma intensidade da música que carrega esse nome, de uma banda que eu amo há anos.
E, claro, @anasuy.
Um dia, ainda vamos falar de amor neste blog e quando isso acontecer, vou lembrar que, o ‘amarelinho’ dela, salva a gente sim.
Essa é a parte que faltava de Pri nas apresentações. Aquilo que não estava nos currículos, nem nos planejamentos. A parte que me fez querer ser psicóloga, escrever, criar esse blog.
Eu sou poesia. Sou leitura, literatura, verso, conto, crônica, história.
E agora, enfim, deixo isso transbordar…
#avidainsiste